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Piolhos e lêndeas: o que são e dicas para tratamento eficaz

Não sabe o que fazer quando o seu filho chega a casa da escola com comichão na cabeça? Os piolhos e as lêndeas são uma situação incómoda, tanto para as crianças, como para os pais. No entanto, é muito recorrente isto acontecer. Neste artigo encontrará respostas às questões mais frequentes sobre piolhos e lêndeas, bem como dicas para tratamento eficaz.

 

A infestação na cabeça por piolhos e lêndeas, também conhecida por pediculose, é um problema recorrente atingindo principalmente crianças em idade escolar. Isto porque, na escola muitas das atividades são desenvolvidas em grupo, favorecendo deste modo a transmissão de piolhos pelo contacto direto entre as cabeças.

O que são os piolhos e as lêndeas e como “nascem” na cabeça?

Os piolhos são parasitas exclusivos dos humanos que vivem no couro cabeludo. Deste modo, têm um aspeto oval, são transparentes e medem entre 2 a 4 mm na idade adulta. Além disso, possuem seis patas e usam as suas garras em forma de gancho para se fixarem ao cabelo.

No entanto, alimentam-se de sangue em intervalos de 3 a 6 horas, injetando depois uma espécie de saliva que provoca comichão.

Acresce que, as fêmeas põem diariamente entre 8 a 12 ovos (as lêndeas) de cor branca. Assim, os novos piolhos nascem ao fim de 7 a 10 dias e chamam-se ninfas. Contudo, passados cerca de 10 dias, as ninfas tornam-se adultas e podem começar a pôr ovos, iniciando-se assim um novo ciclo reprodutivo.

Em suma, os piolhos vivem 2 a 3 meses e durante este período uma fêmea pode pôr até 300 ovos.

Como se propagam os piolhos e lêndeas?

Os piolhos não voam nem saltam, o mais frequente é que o contágio se realize pela proximidade física. Por isso há dois meios possíveis de contacto:

  • de cabeça para cabeça – contato direto
  • através da partilha de objetos (pentes, chapéus, escovas, adereços para o cabelo, almofadas) – contato indireto

Igualmente, sobrevivem dois dias fora das cabeças sem necessidade de se alimentarem.

Para além do cabelo, onde a infestação é mais frequente, os piolhos podem ainda alojar-se noutras zonas, tais como: ao longo do corpo, pestanas e zona púbica.

Nota: Em virtude de serem bons nadadores, os piolhos resistem à água. Portanto, para além da escola, pode também  haver infestação na piscina ou na praia.

Além disso, a higiene não está relacionada com o contágio – qualquer pessoa pode apanhar piolhos. Do mesmo modo, os piolhos não descriminam entre cabelos limpos, sujos, curtos ou compridos. Em resumo, é um dilema que atinge todos os grupos demográficos e sócio económicos.

Porém, a falta de higiene pode favorecer o aparecimento de infeções mais graves

Nota: Ao contrário do que se possa pensar, os piolhos aderem melhor aos cabelos limpos e sem gordura ou resíduos. A falta de higiene do cabelo não está diretamente relacionada com o contágio.

Quais os sintomas?

A infestação por piolhos não é uma situação grave, apesar de desagradável, quer pelo aspeto, quer também pelo incómodo que a comichão provoca.

De facto, a comichão e irritação da pele podem aparecer só 15 dias depois da infestação. Naturalmente, é um sintoma que o couro cabeludo desenvolve como resultado da sensibilidade à saliva injetada pelo piolho

Como resultado, o aparecimento de crostas na cabeça ou a presença de lêndeas esbranquiçadas presas ao cabelo são outros dos sintomas a ter em atenção.

 

Como se previne?

Não é fácil prevenir a infestação por piolhos. No entanto, existem recursos aos quais nos podemos socorrer para minimizar as oportunidades do seu aparecimento. Assim, ficam aqui algumas dicas do que fazer como prevenção:

  • Inspecionar periodicamente a cabeça;
  • Evitar a partilha de roupa e chapéus;
  • Usar touca na piscina;
  • Apanhar os cabelos compridos porque facilitam o contato e contágio com outras cabeças.

Em caso de infestação comprovada, é importante que alerte a escola, deste modo evitando a propagação a mais crianças.

Nota: O uso de antiparasitários  sem infestação comprovada ou para prevenir re-infestações é desaconselhado. Para estas situações existem produtos específicos na sua farmácia destinados à prevenção da pediculose.

Tipos e formas de tratamento para piolhos e lêndeas

Tratamento químico Considerado, até recentemente, o tratamento mais eficaz contra piolhos. É um tratamento com a molécula permetrina (composição de alguns produtos como champôs ou loções existentes no mercado), causando alterações químicas na membrana das células dos parasitas. No entanto, o seu efeito não é tão eficaz com as lêndeas. Contudo, nos últimos anos, os piolhos foram adquirindo resistência a esta molécula e este tipo de tratamento foi perdendo eficiência.

Tratamento mecânico – É um tratamento que tem cada vez mais popularidade, pois apresenta poucos efeitos colaterais e é eficaz. É usada uma molécula à base de silicones, dimecotina, que atua ao nível do piolho através de uma ação sofucante ao perturbar o seu equilíbrio hídrico.

Tratamento caseiro – Como forma de tratamento caseiro ou alternativo para combate de piolhos, o mais comum é o recurso ao uso de vinagre. No entanto, é um tratamento de duração prolongada (podendo demorar 1 mês), sem haver certezas de que os parasitas não voltem a aparecer.

Nota: A remoção mecânica dos parasitas com um pente fino é sem dúvida a medida terapêutica mais relevante para um tratamento completo na eliminação de piolhos.

Como ver se tenho piolhos e lêndeas e dicas para tratamento mais eficaz?

A observação e o tratamento com o cabelo seco são mais eficazes do que quando se tem o cabelo molhado. Por outro lado, os tratamentos com produtos caseiros, como o uso de vinagre por exemplo, geralmente não são eficientes.

Sendo assim, sugerimos os passo em baixo para que a eliminação de piolhos e lêndeas seja eficiente e duradoura:

  1. Observar a cabeça à luz solar, pois as lêndeas são claras quando têm poucos dias de vida;
  2. Colocar uma toalha branca nos ombros e passar um pente de dentes finos em direção à toalha;
  3. Inspecionar a toalha;
  4. Aplicar um antiparasitário específico, sob a forma de champô, solução, gel, creme ou loção;
  5. Respeitar as instruções, quanto à duração e intervalo de tempo entre aplicações;
  6. Após o tratamento é essencial passar outra vez o pente para remover as lêndeas e piolhos mortos;
  7. Quando indicada uma segunda aplicação do antiparasitário, deve-se aguardar uma média de 8 dias, que é o tempo que a lêndea demora a eclodir;
  8. Realizar uma lavagem cuidadosa do vestuário e roupa da cama a mais de 60 graus. As peças que não puderem ser lavadas devem ser colocadas em sacos hermeticamente fechados durante duas semanas para matar os piolhos.
Nota: Os piolhos movem-se rapidamente e fogem da luz. Da mesma forma, preferem sítios quentes e húmidos como atrás das orelhas  e o pescoço.

Antiparasitários, como usar?

É recomendado aconselhar-se na sua farmácia para um uso correto do produto antiparasitário e consequente eficácia. Nas farmácias encontra produtos para o tratamento dos piolhos sem necessitar receita médica.

Deste modo, é essencial respeitar as instruções, sobretudo relativamente à duração do tratamento e ao intervalo de tempo entre aplicações. Isto porque, como já referido,  o tempo que uma lêndea demora a nascer é de cerca de 10 dias. Portanto, é recomendada a repetição do tratamento 7 ou 10 dias depois. Sendo assim:

  • A 1.ª aplicação mata maioritariamente piolhos adultos e jovens;
  • A 2.ª aplicação mata os piolhos que, durante esse período, irromperam das lêndeas.
Nota: Os produtos antiparasitários servem apenas para tratar e não para prevenir. Tenha em atenção que o recurso ao tratamento em excesso é prejudicial.

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