Top

Febre no bebé e criança: tudo o que necessita saber

O seu bebé apresenta febre? A febre no bebé é sempre um motivo de preocupação para os pais. Neste artigo encontrará respostas às questões mais frequentes sobre os sintomas da febre, a partir de que valor de temperatura se deve alarmar e como tratar a febre no bebé e na criança.

O que é a febre e quais as causas mais frequentes?

A febre não é uma doença. Deste modo, a temperatura alta nos bebés e crianças é frequente uma vez que estes apresentam um sistema imunitário ainda em desenvolvimento. Logo, é uma reação natural do corpo consequente na maior parte das vezes de o bebé ou a criança ser infetado por vírus ou bactérias. Além disso, são também causas habituais da febre as reações imunológicas às vacinas, ao nascimento dos primeiros dentes, etc.

 

 

A partir de que temperatura é febre?

A temperatura normal do corpo humano ronda os 36 °C-36,5°C. Sendo assim, considera-se febre quando existe um aumento controlado da temperatura corporal de pelo menos 1°C acima dos valores normais do bebé e da criança (0-12 anos). Portanto, é neste momento que os pais devem estar alerta. No entanto, este valor é variável de criança para criança.

Nota: Se o bebé ou criança se encontra num ambiente quente ou com bastante agasalho, normalmente apresenta-se com as bochechas rosadas ou a suar, é provável que a temperatura corporal também seja ligeiramente superior ao normal, logo não é necessariamente um sinal de febre.

Como medir a febre?

Para medir a febre é necessário um termómetro para medição da temperatura. Acima de tudo, não é suficiente pôr a mão na testa, costas ou barriga para determinar se a criança tem ou não febre.

Há várias maneiras de medir a febre:

  • Axilar (axila)
  • Oral (boca)
  • Retal (ânus)
  • Auricular (ouvido)
  • Frontal (testa)

Tendo em conta a maneira escolhida para medir a febre na criança, esta existe quando:

  • a temperatura retal, auricular ou frontal é superior a 38,5°C;
  • a temperatura oral e axilar é superior a 37,5°C.
Nota: Um ligeiro aumento da temperatura numa criança não necessita de cuidados médicos imediatos.

O que fazer em caso de temperatura alta?

 

FAZER

NÃO FAZER

 ∨ Verificar sinais de desidratação e hidratar a criança com bebidas frescas e açucaradas   Não dispa nem arrefeça em banho frio ou gelado a sua criança
Verificar regularmente a criança durante a noite  ✗ Não agasalhe demasiado a criança
 ∨ Manter o ambiente fresco, sem estar excessivamente quente   Não provoque choques de temperatura, como arrefecimento rápido ou fricções com álcool
 ∨ Tomar banhos com água tépida (25-33°C) durante 10 a 20 minutos  Não administre medicação à sua criança sem conselho de um profissional de saúde
 ∨ Aplicar parches de água fria várias vezes ao dia   Não dê ibuprofeno a uma criança com menos de 3 meses e/ou peso inferior a 7Kg
 ∨ Utilize o paracetamol como primeira linha de intervenção no tratamento febre   Não dê ácido acetilsalicílico a crianças com menos de 12 anos (perigo ocorrência de síndrome de Reye)
 ∨ Procure aconselhamento médico se estiver preocupado com a sua criança   Não ignore os sintomas e consulte o médico se após 3 dias a febre não baixar

Quando devo ir ao pediatra?

A ida ao pediatra deve ser sempre feita, sobretudo para despistar possíveis causas que estejam por detrás dos sinais do aumento de temperatura.

No entanto, os sinais mais preocupantes e que requerem uma ida imediata ao pediatra são:

  • temperatura acima dos 39°C;
  • bebé com menos de 3 meses;
  • se a temperatura não baixar ao fim de 3 dias;
  • manifestações na pele, vómitos, diarreia, tremores, falta de apetite, sonolência, dor de ouvidos, dificuldade respiratória, dores nas articulações, rigidez no pescoço e apatia.
  • Ocorrência de convulsão.
Nota: Uma temperatura superior a 38°C em crianças com menos de 3 meses, e/ou a febre que se mantenha durante um período superior ou igual a 72h, aconselha-se a observação médica.

 O que causa a febre?

As causas da febre, tanto no bebé como na criança, têm origens diversas, podendo ser provocadas por:

  • infeções virais (infeções respiratórias comuns e as gastroenterites);
  • infeções bacterianas (infeções no ouvido, pulmões, bexiga ou rins – nestes casos, a criança necessita de observação médica);
  • na sequência da administração de vacinas;
  • durante o aparecimento dos primeiros dentes.

 

 

Quais os sintomas de febre?

Quando o seu bebé ou criança apresentam sinais de frio e arrepios, estes são os sintomas mais comuns observados em consequência da subida térmica do corpo. Deste modo, as crianças com estes sintomas estão irritáveis, podendo por vezes dormir mal e não ter apetite. Assim, quando a temperatura aumenta, os sintomas podem agravar-se e a criança pode ficar mais prostrada ou até mesmo ter uma convulsão febril (explicação em baixo).

Contudo, de acordo com a Escala de Yale, a avaliação pode ser agrupada por sintomas que ajudam a avaliar a gravidade da situação febril na criança.

  • Estado Normal: Choro forte com tom normal ou ausência de choro (chora um pouco e para). Se acordada mantêm-se atenta, acorda facilmente. A pele tem uma coloração normal, olhos normais e mucosas húmidas. Criança ou bebé sorridente e atento.
  • Alterações Moderadas no Bebé ou Criança: Choraminga ou soluça, com choro intermitente. Apresenta os olhos semicerrados, com acordar difícil. Tem as extremidades pálidas ou com acrocianose, lábios ligeiramente secos. Sorriso discreto ou pouco atento.
  • Alterações Graves no Bebé ou Criança: Choro fraco ou gemido versus choro intenso e/ou contínuo. Cor pálida, cianótica, marmoreada, ou acinzentada, turgor da pele diminuído, mucosas secas ou encovadas. A criança ou bebé não sorri apresentando-se triste, inexpressiva ou indiferente.
Nota: Se a criança tem febre ligeira, não apresenta perda de apetite, não geme e ainda brinca, a situação pode não ser preocupante para os pais.

Convulsão febril – o que é e o que fazer?

A convulsão febril é uma reação de tremor do corpo relativamente à subida muito rápida da temperatura.

Nestes casos, deve-se deitar a criança de lado, colocar uma almofada por baixo da cabeça e afastar quaisquer objetos de forma a que não se magoe. Por outro lado, não se deve administrar qualquer alimento ou bebida durante a convulsão devido ao perigo de sufocar.

Contudo, a convulsão febril é mais comum acontecer a crianças entre os 6 meses e os 5 anos de idade.

Nota: Embora a convulsão febril seja benigna, deve evitar-se ações que recorrem ao abaixamento da temperatura corporal.

No Comments

Post a Comment